terça-feira, 23 de outubro de 2012

iPad Mini 3 terá as dimensões de um cartão de crédito, dizem rumores




Gadget já estaria em produção e teria tecnologia para efetuar pagamentos, a "Slide to Unleash (your money)". 



Enquanto muitos fãs afoitos se aglomeram, alguns se aglutinam e outros tantos se amontoam nas portas das Apple Stores para comprar o iPad Mini, rumores indicam que a Apple estaria trabalhando na terceira versão do dispositivo.

“Sempre que um gadget é lançado, os engenheiros já estão trabalhando duas versões à frente”, disse ao blog nosso informante.  “Os consumidores sabem disso, mas eles não aguentam esperar, pois quem espera não é cool”, explica.

O iPad mini 3 deverá ser lançado no fim de 2013, terá as mesmas dimensões de um cartão de crédito e poderá fazer pagamentos.

“Será incrível! Você poderá levar seu iPad na carteira e estamos preparando novas tecnologias e apps para que você possa inserir o dispositivo em leitores de cartões e efetuar pagamentos com ele. Estamos decretando o fim do dinheiro e daquele monte de cartões. Agora você poderá concentrar todos eles no iPad Mini 3”. 

iPad mini
iPad Mini será reduzido até ficar com as dimensões de um cartão de crédito. Não será mais necessário levar cartões de plástico na carteira, dizem os especialistas.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Gigolô das palavras



Da série: textos que todas as pessoas deveriam ler.




O Gigolô das Palavras

Luis Fernando Veríssimo

“Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão !”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.

Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.

Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas – isso eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.”

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Distopia brasileira

Naquela noite, o então ministro da cultura, Michel Teló, pontuava alguns dos marcos de sua carreira, como o reconhecimento internacional e o título de maior brasileiro de todos os tempos (embora tenha omitido o fato de ter ficado na 72ª colocação).

O discurso preparava o terreno para anunciar seu mais novo projeto social, em parceria com o governo federal. O “Eu te amo e open bar para todos” garantiria a inclusão de cachaça (agora patrimônio histórico e cultural do Brasil) e Viagra na cesta básica e acesso a esses itens para famílias que recebessem até um salário mínimo.

Nada disso me importava nesse momento, precisava terminar o texto ainda hoje. Peguei o controle remoto e passei pelo canal do tempo, passei pelo Big Brother International, Big Bother Macaé (esses regionais não me interessavam a princípio, mas cresciam muito recentemente), Big Brother GLBT, Big Brother dos famosos, Big Brother Retrô, Big Brother Cult até chegar ao Big Brother 365, a grande competição que duraria até o fim do ano e mobilizava a maior audiência.

Precisava fazer a resenha do capítulo e publicá-la tão logo a edição acabasse. A maior e mais importante publicação do país, a Revista EGO, e seus leitores, não poderiam esperar. Para ganhar agilidade, o segredo era escrever à medida que as coisas iam acontecendo. Se acabasse cedo, poderia até adiantar um freela de criação de memes.

O problema era a nova reforma ortográfica, proposta por Tiririca, então ministro da educação, e sancionada pela presidência da república. Boa parte das consoantes havia sido cortada do português brasileiro e isso ainda me causava dificuldades de adaptação. Era o que alguns antigos chamavam de “axeízação do alfabeto”.  

Fui salvo pelo mais eficaz dos efeitos estimulantes, a pressão do último momento, o fim do prazo. Escrevi a matéria rapidamente (que não deveria ultrapassar 70 caracteres segundo as normas de boas práticas na internet móvel. Ninguém lia mais que isso) e toquei meu indicador engordurado sobre o botão “publicar” sob o vidro do visor.

Auê até amanhecê.
Auê e fuzuê. - E aí, ai ai ui ui! - Af, é o ó. Oi, oi, oi. Oi, oi, oi.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

# Coisas mais improváveis do mundo




Robervaldo (pseudônimo para preservar a identidade da fonte) é um homem que já teve o emprego que muitos homens gostariam de ter. Robervaldo é ex-ator de filme pornô. Ao longo (um dos pré-requisitos para o cargo) de sua carreira, Robervaldo gozou de inúmeros benefícios que o setor proporcionava. Robervaldo transou em pé, transou deitado, de lado, inclinado, em público em feiras eróticas, em gravidade zero e de baixo d’água.

Atuou como jardineiro, policial, bombeiro, chefe de escritório, mas se divertia mesmo interpretando entregadores de pizza, pois tentava fazer um sotaque italiano que aprendeu assistindo “O Rei do Gado”. Fez ménage, fez com Monange, fez com Solange e mais uma, e mais duas.  

Logo, viu-se numa certa idade que o obrigaria a aposentar-se. Mesmo conseguindo realizar todas as fantasias sexuais possíveis, Robervaldo continuava a sentir um vazio existencial, e constatou que o sentido da vida não era esse. Estava cansado daquela vida, queria buscar algo novo, algo que nunca tivera a chance de experimentar, algo que fizesse a vida valer a pena. Mas depois de tanto sexo, poucas coisas pareciam excitantes ou estimulantes novamente. Pensou em se suicidar.

Num ato de desespero, mandou um vídeo para participar da vigésima segunda edição do BBB. Em outro ato de desespero, Boninho achou que colocá-lo na casa seria a solução definitiva para tentar fazer com que o programa voltasse a medir o mesmo índice no Ibope das primeiras edições e para que finalmente rolasse relações explícitas, tal qual nas versões europeias do Big Brother. Isso era algo que Boni sempre sonhou e tentou estimular de todas as maneiras possíveis, mas nunca conseguiu.

Robervaldo, porém, teve uma visão inspiradora e resolveu virar pastor. Na casa, pregava contra as impurezas do mundo e tentava converter os outros participantes, na tentativa de conseguir que lhe fossem doadas algumas Estalecas.

Irritado, Boninho edita todos os programas para exibir apenas declarações controversas e polêmicas de Robervaldo, que logo é eliminado. Por contrato, é obrigado a ficar participando do programa da Ana Maria, Faustão, Vídeo Show, e sua carreira é abordada exaustivamente pela Sônia Abrão e fotos de ele atravessando a rua ou indo à praia são postadas diariamente no EGO. Suicida-se.

Na tentativa de aliviar o estresse, Boninho abre seu notebook e desabafa no Twitter. Vira Trending Topic. Ao ser informado sobre o feito, resolve conferir a lista de assuntos mais comentados e nota que hoje é #Lingerieday. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Poesia Matemática




Vi que vão tirar o site do Millôr do ar em breve. Quando isso acontecer, você não vai mais ter acesso a genialidades como essa:

Poesia Matemática
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a, do Ápice à Base,
uma figura ímpar:
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo octogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa." 
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. 
E enfim resolveram se casar,
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes 
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia. 
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos. 
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária. 
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade 
como aliás em qualquer
sociedade.
Millôr Fernandes

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Palavras batutas do dicionário


Escarrapachar:




1- Abrir muito as pernas.


2-  Sentar-se em posição relaxada, meio reclinado ou afundado (em poltrona, sofá, cadeira) e de pernas abertas.


3- Cair de bruços; estatelar-se.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Por que não assisto mais a filmes 3D

Você paga um preço absurdo por um óculos desconfortável e, no fim das contas, não percebe grande diferença. Além de não notar o efeito 3D em praticamente todo o filme, a projeção ainda costuma ser escura e as legendas são um saco para ler. A experiência acaba sendo frustrante.   

Depois de me sentir enganado várias vezes, resolvi que não mais assistiria a filmes em 3D.  O preço está cada vez mais absurdo e acabo saindo da sala com a sensação de que fui roubado.  E quando o filme é convertido (não foi filmado diretamente em 3D)? Fica uma porcaria sem tamanho. Penso que deveria ser lei que no cartaz de cada filme indicasse se o filme é uma conversão ou não. 

- Cadê o 3D? Penso comigo mesmo após vários filmes 
- Você viu algo em 3D? Costuma questionar minha namorada sempre que termina a sessão.

Após passar por isso repetidamente, estava resolvido. Não vou mais assistir a filmes 3D.

Pensei que esse fosse um pensamento somente meu, pois se no começo havia um ou outro filme em 3D que estreavam muito de vez em quando, hoje em dia eles existem aos milhares, praticamente qualquer filme lançado tem a opção em 3D. O problema deve ser comigo então, pensei. Até que, hoje, acabei encontrando um artigo na internet e vi que não estava sozinho. 

foto da cena do tubarão do filme de volta para o futuro, em que Marty esquiva-se, com medo, de um holograma de um grande tubarão que vem em sua direção
Quem sabe em 2015 a situação não esteja melhor
Em "Por que filme em 3D são um desperdício de dinheiro", Roger Cheng, da CNET, abre seu texto dizendo que, em vez de um banquete para os olhos, o que você experimenta é uma profunda sensação de desapontamento.  Em seguida, explica o motivo de ficarmos tão frustados: os estúdios são medrosos e conservadores. 

Segundo Cheng, 4% da largura da tela pode ser usada para causar a sensação de profundidade. Com 2% já se obtém um efeito decente. Porém, a maioria dos filmes utiliza cerca de 0,5%, o que é quase imperceptível para as pessoas. 

E sabe o porquê desta prática? Os estúdios temem rejeição por parte do público. Os antigos filmes, lembra Cheng, utilizavam efeitos tridimensionais muito mais dramáticos. Lembro-me de quando fui ver "A Lenda de Beowulf" e desde o logo inicial até o fim dos créditos havia algo vindo em minha direção. Era a época do 3D moleque em que as pessoas ao seu lado estendiam as mãos para frente e tentavam agarrar os objetos com um sorriso infantil estampado no rosto.  Só que isso incomodava algumas pessoas. Muita gente reclamava que esses filmes causavam dor de cabeça, tontura, desconforto visual. A solução: pessoal, vamos maneirar nesses efeitos, vamos maneirar MUITO! A ponto de torná-los quase inexistentes. 

A boa notícia é que uma tecnologia nova, que tende a se tornar padrão na indústria, chamada 3ality, elimina o problema de desconforto que algumas pessoas sentem e ainda permite aos cineastas filmar normalmente, como se fosse uma câmera normal, sem que eles tenham que ficar ajustando lentes ou aprender novas maneiras de filmar. 

Só que há ainda outro motivo: os cinemas precisam lotar as salas. Poltronas vazias significa prejuízo. E um efeito de profundidade 3D maior, exigiria que as pessoas ficassem mais afastadas da tela. Logo, os cinemas não poderiam vender lugares nas duas primeiras fileiras. E quem quer perder duas fileiras de lucro? 

Ainda existe esperança, porém. O CEO da 3ality, Steve Schklair, afirma que em "O Hobbit", primeiro filme a utilizar a tecnologia, Peter Jackson conseguiu utilizar os benefícios da câmera para criar cenas bem interessantes em 3D (não que o filme já não tivesse hype o suficiente). Ele diz também que o filme "The Great Gatsby", com Leonardo Di Caprio, segue o mesmo caminho.


De posse dessas informações, resolvi que darei uma chance ao 3D com O Hobbit. Mas isso só no fim do ano. Até lá ninguém vai roubar meu suado dinheirinho.


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