quinta-feira, 28 de junho de 2012

Por que não assisto mais a filmes 3D

Você paga um preço absurdo por um óculos desconfortável e, no fim das contas, não percebe grande diferença. Além de não notar o efeito 3D em praticamente todo o filme, a projeção ainda costuma ser escura e as legendas são um saco para ler. A experiência acaba sendo frustrante.   

Depois de me sentir enganado várias vezes, resolvi que não mais assistiria a filmes em 3D.  O preço está cada vez mais absurdo e acabo saindo da sala com a sensação de que fui roubado.  E quando o filme é convertido (não foi filmado diretamente em 3D)? Fica uma porcaria sem tamanho. Penso que deveria ser lei que no cartaz de cada filme indicasse se o filme é uma conversão ou não. 

- Cadê o 3D? Penso comigo mesmo após vários filmes 
- Você viu algo em 3D? Costuma questionar minha namorada sempre que termina a sessão.

Após passar por isso repetidamente, estava resolvido. Não vou mais assistir a filmes 3D.

Pensei que esse fosse um pensamento somente meu, pois se no começo havia um ou outro filme em 3D que estreavam muito de vez em quando, hoje em dia eles existem aos milhares, praticamente qualquer filme lançado tem a opção em 3D. O problema deve ser comigo então, pensei. Até que, hoje, acabei encontrando um artigo na internet e vi que não estava sozinho. 

foto da cena do tubarão do filme de volta para o futuro, em que Marty esquiva-se, com medo, de um holograma de um grande tubarão que vem em sua direção
Quem sabe em 2015 a situação não esteja melhor
Em "Por que filme em 3D são um desperdício de dinheiro", Roger Cheng, da CNET, abre seu texto dizendo que, em vez de um banquete para os olhos, o que você experimenta é uma profunda sensação de desapontamento.  Em seguida, explica o motivo de ficarmos tão frustados: os estúdios são medrosos e conservadores. 

Segundo Cheng, 4% da largura da tela pode ser usada para causar a sensação de profundidade. Com 2% já se obtém um efeito decente. Porém, a maioria dos filmes utiliza cerca de 0,5%, o que é quase imperceptível para as pessoas. 

E sabe o porquê desta prática? Os estúdios temem rejeição por parte do público. Os antigos filmes, lembra Cheng, utilizavam efeitos tridimensionais muito mais dramáticos. Lembro-me de quando fui ver "A Lenda de Beowulf" e desde o logo inicial até o fim dos créditos havia algo vindo em minha direção. Era a época do 3D moleque em que as pessoas ao seu lado estendiam as mãos para frente e tentavam agarrar os objetos com um sorriso infantil estampado no rosto.  Só que isso incomodava algumas pessoas. Muita gente reclamava que esses filmes causavam dor de cabeça, tontura, desconforto visual. A solução: pessoal, vamos maneirar nesses efeitos, vamos maneirar MUITO! A ponto de torná-los quase inexistentes. 

A boa notícia é que uma tecnologia nova, que tende a se tornar padrão na indústria, chamada 3ality, elimina o problema de desconforto que algumas pessoas sentem e ainda permite aos cineastas filmar normalmente, como se fosse uma câmera normal, sem que eles tenham que ficar ajustando lentes ou aprender novas maneiras de filmar. 

Só que há ainda outro motivo: os cinemas precisam lotar as salas. Poltronas vazias significa prejuízo. E um efeito de profundidade 3D maior, exigiria que as pessoas ficassem mais afastadas da tela. Logo, os cinemas não poderiam vender lugares nas duas primeiras fileiras. E quem quer perder duas fileiras de lucro? 

Ainda existe esperança, porém. O CEO da 3ality, Steve Schklair, afirma que em "O Hobbit", primeiro filme a utilizar a tecnologia, Peter Jackson conseguiu utilizar os benefícios da câmera para criar cenas bem interessantes em 3D (não que o filme já não tivesse hype o suficiente). Ele diz também que o filme "The Great Gatsby", com Leonardo Di Caprio, segue o mesmo caminho.


De posse dessas informações, resolvi que darei uma chance ao 3D com O Hobbit. Mas isso só no fim do ano. Até lá ninguém vai roubar meu suado dinheirinho.


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