quarta-feira, 2 de maio de 2012

Qualquer besteira pode se tornar viral? - Parte II


 

Matéria do site Mashable concorda em praticamente tudo com meu artigo sobre virais



Quando "para nossa alegria" começou a ser compartilhado por duas a cada três pessoas no meu Facebook, fiz um post que buscava responder à pergunta lançada por uma amiga: qualquer besteira pode se tornar viral?

Por coincidência, logo depois, o site Mashable, um dos mais conhecidos sobre tecnologia, internet e redes sociais publicou um artigo semelhante. Para minha surpresa, as conclusões foram bastante semelhantes às minhas.

Para o artigo, o pessoal do Mashable consultou a agência Seedwell, especializada na criação e distribuição de vídeos com potencial viral. Foram ouvidos os chefes de estratégia, negócios e produção (Peter Furia, Beau Lewis and David Fine, respectivamente).

A matéria do Mashable segue o formato de entrevista ping-pong (perguntas e respostas) e aborda alguns dos pontos que eu tinha levantando no meu artigo. Confira alguns dos principais pontos da entrevista que destaco abaixo:

Há algo em comum entre todos os virais? 

Desempenho:  Lewis propõe que video viral é aquele que obtém desempenho de cerca de  10.000 visualizações e  1.000 compartilhamentos em 24 horas.Um vídeo com impressionante número de visualizações, compartilhamentos e curva de crescimento.

Temas: A maioria dos vídeos cai em um das categorias:

foto de um gato fofinho
1- paródia de algo popular ou oportuno.
2 – muito fofinho oooooowwwwwn ti guti-guti!
3 – Será que isso é real (normalmente não é).

Estrutura: o vídeo começa surpreendendo o espectador, não interfere muito anunciando o produto e cria uma montanha russa de emoções.  As pessoas estão assistindo a vídeos mais longos, mas o nível de atenção parece estar diminuindo, por isso, o vídeo precisa reconquistar a atenção da audiência constantemente.

Formadores de opinião: A maioria dos vídeos virais começa a se espalhar depois de serem descobertos por formadores de opinião (tatemakers) e pessoas com grande influência no ambiente digital. São pessoas que possuem uma audiência fiel do tamanho da audiência de alguns canais de TV a cabo, por exemplo.

Este ponto é o que meu artigo e a matéria do Mashable mais concordam.  Não adianta o vídeo ser legal o suficiente. Ele precisa ser visto por alguma celebridade digital que terá o poder de divulgá-lo para um número absurdo de pessoas e influenciá-los a passar o vídeo adiante.  É por isso que existe “Para nossa alegria” fazendo tanto sucesso e milhares de outras besteiras que não alcançam os 100 views.

O que faz as pessoas clicarem nos vídeos?

Furia destaca alguns fatores que contribuem para que desavisados sintam-se motivados a clicar em um desses vídeos ao abrir a home do Youtube, por exemplo.

Thumbnail ( a imagem miniatura que aparece no vídeo estático, antes do play) e  o título do vídeo devem ser chamativos.
Curadoria – as pessoas tendem a clicar em vídeos que já viram amigos ou blogs que elas acompanham compartilharem (por exemplo,  o cara já viu 10 amigos compartilhando “para nossa alegria” mas não assistiu. Entra no Youtube e vê o vídeo lá, não resiste à curiosidade e clica).

Em alguns casos, algumas das mais influentes celebridades do Youtube, Twitter e blogueiros têm o poder de viralizar um vídeo simplesmente ao postá-lo e compartilhá-lo com sua audiência absurdamente grande.

Há também o fator psicológico sobre vídeos já populares. Se você vê que um vídeo tem mais de 100.000 visualizações, automaticamente pensa que deve ser bom.

O que as pessoas estão compartilhando mais? Existe uma diferença no tipo de conteúdo que atrai mais cliques e aquele que faz as pessoas compartilharem?


A maioria das pessoas vai somente assistir o vídeo e depois fechá-lo. Se eles decidem compartilhar, provavelmente é porque:
- querem dividir o divertimento que tiveram ao assistir aquele vídeo com outras pessoas ( o altruísta).
-  querem ser vistos compartilhando ou criticando aquele vídeo (o egocêntrico).

O primeiro perfil costuma utilizar frases como “Cara, esse vídeo é demais, olha só!”. Enquanto o segundo perfil costuma usar a abordagem “Será que qualquer besteira pode se tornar viral hoje em dia?” (Puts!). É surpreendente a quantidade de gente que posta coisas que dizem detestar.

Por que a Seedweel enfatiza que não é uma agência?

Nosso objetivo é fazer vídeos que façam as pessoas sorrirem e não vender batatas ou shampoo. Somos muito paranóicos ao acreditar que no momento em esquecermos disso, vamos fazer vídeos que ninguém vai querer compartilhar.  É aí que perderemos a relevância, tanto para os espectadores quanto para (ironicamente) os anunciantes.



Vocês simplesmente criam um vídeo e esperam que ele espalhe? Ou vocês planejam para que ele tenha potencial viral?  Compartilhem algumas dicas!

Só a uma certeza no mundo dos virais: não dá para ter certeza se algo será viralizado.  Com isso em mente, eis algumas  dicas:

Campanha da Nissas - Pôneis malditos1 – comece por um conceito atraente: Seu conceito deve ser atual e relevante (de preferência ambos). O mundo do vídeo online dá preferência às novidades,  coisas inesperadas e relevantes. É um mundo em que tendências envelhecem rapidamente. Se você pretende falar sobre algo que já não é novidade, melhor oferecer uma perspectiva criativa e diferente sobre o assunto.

Alternativamente, você pode mostrar algo peculiar ou sensacional. As pessoas compartilham vídeos que mostram demonstrações físicas ou mentais impressionantes, ou algo que seja hilário, esquisito ou inusitado.

2 – Otimize o conteúdo para audiência online -  Apesar de algumas exceções, a maioria dos vídeos que viralizam são de curta duração e transmitem o assunto do vídeo nos primeiros 15 a 30 segundos iniciais.

3- Faça com que seu conteúdo chegue nos principais meios de imprensa e formadores de opinião -

O mundo dos vídeos online está saturado ( o Youtube recebe 24 horas de conteúdo a cada minuto!) e é difícil se destacar de todo o ruído, mesmo que você tenha um conceito atraente e seu vídeo esteja otimizado para a internet.

Fazer com que seu vídeo seja compartilhado por influenciadores com grande audiência é fundamental. Enquanto muitas celebridades são inundadas por emails frios e sem graça de assessoria de imprensa, muitas  têm interesse em estar entre as primeiras pessoas a compartilhar um vídeo “quente”, principalmente se o assunto for de interesse de seu público.

Identifique os formadores de opinião com grande audiência para os quais seu conteúdo é interessante e compartilhe o link do seu vídeo com eles, junto com um texto explicando por que eles deveriam assistir. Eles costumam ler tweets e emails, mas apenas respondem quando se interessam em postar o conteúdo que você divulgou.

Também foi identificado que matérias em mídias  tradicionais (jornais, revistas e seus sites) têm menor impacto em vídeos do que posts em blogs dedicados a determinados assuntos e celebridades do Youtube ou Twitter (que possuem audiência menor que jornais e revistas).  Isso porque geralmente essas pessoas utilizam plataformas mais amigáveis e que permitem que o conteúdo seja compartilhado mais facilmente e seus seguidores estão mais familiarizados com a tecnologia.

Por fim,  há o recurso de pagar para se promover. Você pode divulgar seu vídeo no Youtube (diversos formatos de vídeos promovidos) e no Facebook (Facebook Ads).

Leia a matéria completa no Mashable (em inglês): Secret Sauce: What Does It Take to Create a Viral Video?

E meu post que diz praticamente a mesa coisa, com um milhão de exemplos de vídeos e categorias:  Qualquer besteira pode se tornar viral? 

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